A sequência
didática foi realizada na Escola Básica Municipal Santo Antonio e no Centro
Educacional Municipal Professor Juviliano Manoel Pedroso, situados no Município
de Fraiburgo. O público alvo, deste trabalho foram os alunos do 2 ano do Ensino
Fundamental. A sequência didática teve início no mês de maio, quando foram
trabalhadas diferentes versões da fábula: A Cigarra e a Formiga. Durante todo o ano, trabalhamos com os
diversos gêneros do discurso e procuramos trabalhar os diversos componentes
curriculares, contextualizando-os sempre à vivência diária dos alunos.
Iniciamos a proposta com a leitura da poesia
“A Cigarra e a Formiga” de José Paulo Paes. Como nossa intenção seria trabalhar
as várias versões, levamos também: A Cigarra e a Formiga, de Monteiro Lobato e
a versão de Ruth Rocha – Fábulas de Esopo.
Após a
leitura, conversamos muito sobre as características das fábulas, moral da
história, estrutura dos textos (embora tenham o mesmo tema, os textos são
escritos em formato diferente). Buscamos entender o significado de algumas
palavras. Comparamos as três versões para identificar pontos convergentes e
divergentes. Identificamos as diferentes
formas de se tratar um mesmo problema, através da atitude da formiga em acolher
ou expulsar a cigarra. Neste momento, abordamos os sentimentos de compaixão e
acolhimento com os que sofrem de alguma forma.
Exploramos nas imagens o contraste entre as estações: verão, outono e
inverno...
Como desafio, os alunos receberam o poema de
José Paulo Paes, em tiras de cartolinas e propomos a ordenação do poema,
recuperando o texto de memória e colocando em jogo as estratégias de leitura. Na sequência, receberam o texto xerocado, em
ordem aleatória dos versos, os quais deveriam ser recortados e organizados em
seu caderno. Alguns alunos precisaram recorrer ao texto completo para organizar
o seu, mas muitos conseguiram organizá-lo apoiados apenas na memorização e ou
na coerência entre os versos.
Exploramos bem as fábulas, tanto na
oralidade quanto na escrita. No momento posterior, os alunos ouviram
atentamente um texto informativo sobre a vida das formigas. Os alunos foram
instigados a procurar no dicionário as palavras novas que apareceram durante a
explanação do texto (larvas, pupa, bolor).
Apresentamos também a leitura do livro “A Vida
da Formiga” de Francisco Martins Garcia.
Conversamos sobre o que cada aluno já conhece sobre as formigas.
Na sequência das atividades, fomos até uma
área verde, próximo à escola para que os alunos observassem o trabalho das
formigas.
Coletamos algumas formigas e
construímos um formigueiro portátil utilizando areia, um tubo de papelão, gazes
e uma caixa de papelão. Lançamos questões desafiadoras aos alunos para que
elaborassem suas hipóteses:
__Como se alimentam?
__ Será que elas gostam de água com
açúcar?
Por que as pessoas que gostam de
doces são chamadas de “formigas”?
__ Como elas estão se comportando
dentro do pote?
__ Estão fazendo pequenos túneis?
Observamos por uma semana a
movimentação das formigas e relatamos coletivamente o que aconteceu no
formigueiro portátil.
Propomos também a construção de uma
maquete referente ao passeio que fizeram pelos arredores da escola, utilizando
argila, massinha de modelar, tinta guache e papel Paraná. Nesta atividade
aproveitamos para explorar as figuras espaciais de face arredondada: esfera,
cone e cilindro.
O ponto alto dessa atividade foi o
desenvolvimento da oralidade.
Na atividade
proposta em que os alunos iriam representar a fábula com recorte, colagem e ou
desenho, aproveitamos para trabalhar as figuras planas.
Na sequência das atividades, fomos até a
biblioteca da escola.
Entre muitos
livros, os alunos foram desafiados a separar os livros de fábulas,
utilizando-se do conhecimento prévio, para conseguir fazer a seleção.
Após a leitura individual, sugerimos a
listagem das fábulas lidas em uma cartolina.
Propomos a
tabulação das preferências das fábulas listadas, construímos uma tabela e um
gráfico.
Levantaram-se
questionamentos sobre o gráfico como: Qual a fábula que recebeu maior votação? E menos? Qual a diferença de votos entre a mais votada e a menos? Qual é o total?
Após
muita leitura e conversas sobre as fábulas, solicitamos aos alunos que
escrevessem sua própria fábula, enfatizamos que quando escrevemos, fazemos para
outras pessoas lerem e precisamos ser claros para que a mensagem seja
entendida. Dentre muitas fábulas escritas pelos alunos, selecionamos a fábula
“O Tamanduá e a Formiga”, do aluno Kauã Henrique.
1° dia – Para a tristeza dos
alunos, observou-se que algumas formigas estavam mortas. Discutiu-se a causa e
os alunos concluíram que o pote estava muito fechado, pois colocamos dentro de
uma caixa de papelão conforme as instruções.
Colocamos algumas folhinhas verdes e um pouco de água e enquanto
trabalhávamos as formigas cavavam pequenos túneis.
2°
dia – Um aluno coletou mais algumas formigas no jardim de sua casa e trouxe
para reforçar o trabalho. Colocamos no pote, porém desesperadamente elas
começaram a sair pelos buraquinhos da gaze e na tentativa de colocá-las no pote
novamente, levamos algumas picadas na mão. Fomos até o pátio buscar folhas e um
pouco de água com açúcar para alimentá-las. Os alunos questionaram o porquê que
a picada das formigas doeu e coçou muito, diante deste questionamento, sugeri como
lição de casa, a pesquisa em site, jornais, revistas para o dia seguinte.
3º
dia – Entusiasmo! Os alunos
trouxeram o resultado da pesquisa e nos contaram que as formigas não picam, liberam
um ácido fórmico em sua saliva para se
defender, é isso que causa a dor e
coceira que sentimos. Um dos alunos relatou que sua mãe lhe ensinou a lavar com
água e sabão ou colocar água com sal, que ameniza a dor.
Após o relato,
fomos observar o nosso formigueiro e percebemos que as formigas construíram
poucos caminhos, trocamos a gazes por durex largo e perfuramos com clips, para
a entrada de ar. Neste dia não colocamos folhinhas, apenas um pouco de água e
migalhas de pão. O tema despertou tanta atenção dos alunos que os olhares se
dirigiam sempre às formigas andando pelo pátio e tentando atraí-las para
colocá-las no nosso formigueiro. A disputa é grande na hora do intervalo, pois
todos querem segurar o formigueiro para mostrar a outros colegas.
4º dia- Que
alegria ao chegarmos à sala de aula, as formigas passaram o final de semana
trabalhando muito, os túneis estavam maiores. Observamos também que elas
comeram as folhinhas e as migalhas de pão. Providenciamos mais comida, fomos
até o terceiro ano para mostrar o formigueiro e contar nossa experiência. Um
aluno sugeriu que alguém trouxesse uma lupa, pois desta forma a visualização
seria melhor.
5 dia - Para a surpresa de todos, providenciamos uma lupa. Os alunos conseguiram
ver melhor os túneis e constataram que aumentou o número de formigas
mortas. Na formação do túnel identificaram
a letra “D” , relacionando com a letra cursiva que eles usam no dia a dia. Um aluno
sugeriu que fosse escolhido um nome para nosso formigueiro e que este deveria
iniciar com a letra ”D”. Houve várias sugestões como: Dino, Drácula, Drino....
Em
meio à discussão, um aluno sugeriu que o nome deveria ser DORMIGA e justificou:
“ Profe, tira o F de formiga e coloque o “D”: dor, porque muitas formigas
morreram e amiga porque elas ficaram nossas amigas”. Os nomes sugeridos foram
colocados no quadro branco para a votação. Unanimemente, Dormiga venceu com
aplausos!
Devido à morte de muitas formigas resolvemos
soltá-las. Não foi possível irmos até o
local da coleta, porque choveu bastante durante todo o período.
Ao término desta etapa, foi possível concluir que as
práticas pedagógicas planejadas por meio de sequências didáticas proporcionaram
aprendizagem de uma maneira prazerosa, estimulando a pesquisa e tornando o
conhecimento significativo.
Para construirmos nosso
formigueiro, nos baseamos nestas informações.
Para encerrarmos nossa Sequência Didática, fizemos o Bolo Formigueiro.
Professora: Rose Bianchi
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